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A imaginária guarani como dispositivo educativo em museus do Rio Grande do Sul (1903-1993)
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Título
A imaginária guarani como dispositivo educativo em museus do Rio Grande do Sul (1903-1993)
Autoria
Data
2019
Resumo
Este estudo tem como escopo a análise sobre o percurso museal da imaginária guarani remanescente das reduções jesuítico-guaranis que se estabeleceram na região sul-rio-grandense durante os séculos XVII e XVIII no espaço do Museu Júlio de Castilhos, do Museu das Missões e do Museu de Arte do Rio Grande do Sul Ado Malagolli, tendo como recorte temporal o período compreendido entre 1903 e 1993. Discorro sobre a incorporação da imaginária guarani no acervo das três instituições, bem como sobre os modos de exposição da mesma no espaço de cada museu numa tentativa de compreender o processo de atribuição de valores à imaginária e seu uso educativo. Utilizo centralmente os conceitos de dispositivo, uso, práticas e poder/saber a partir de diferentes autores para tentar mapear as tensões envolvidas no processo de atribuição de valor à imaginária guarani em seu percurso museal e as narrativas visualmente engendradas a partir dela. A investigação foi construída a partir de três capítulos empíricos: o primeiro “A imaginária guarani no Museu Júlio de Castilhos, 1903/1947”, tem como foco a historicização das Reduções Jesuítico-Guaranis e dos espaços onde as esculturas sacras eram produzidas, bem como a incorporação da imaginária guarani no Museu Júlio de Castilhos entre 1903 e 1937; na sequência, “A imaginária guarani no Museu das Missões, 1938/1993” centra-se na análise sobre as relações estabelecidas entre os remanescentes arquitetônicos da igreja reducional de São Miguel, a criação do Museu dos Missões e a imaginária guarani, finalmente, em “A imaginária guarani entre o Museu Júlio de Castilhos e o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, 1963/1993” trata da transferência de três esculturas da imaginária guarani do Museu Júlio de Castilhos para o Museu de Arte do Rio Grande do Sul, e os procedimentos a partir dos quais elas puderam ser constituídas como objetos de história e como objetos de arte. Para realizar o trabalho, constitui como corpus documental fotografias, artigos jornalísticos e documentos oficiais nacionais das esferas estadual e federal. O aporte teórico do presente estudo está calcado, sobretudo, nos pressupostos de autores como Michel de Certeau e Michel Foucault, no que se refere à análise das práticas e dos discursos; Alois Riegl, com relação ao processo de atribuição de valores aos objetos; Zita Rosane Possamai, no que concerne ao conceito de percurso museal; Arno Kern, e Eduardo Santos Neumann, a respeito das Reduções Jesuítico-Guaranis. As aproximações sucessivas com o corpus documental da pesquisa permitem pensar a imaginária guarani como um dispositivo de saber cujos valores puderam ser atribuídos a partir de procedimentos engendrados no interior de complexas relações sociais de ordem política e cultural.
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