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Objetos de coleção, pesquisa e educação: representações sobre os povos indígenas no Museu Júlio de Castilhos (1901-1958)
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Objetos de coleção, pesquisa e educação: representações sobre os povos indígenas no Museu Júlio de Castilhos (1901-1958)
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2019
Resumo
Esta Dissertação de Mestrado propôs compreender de que forma as diversas narrativas constituídas pelo Museu Júlio de Castilhos no período de 1901 – 1958 criaram representações sobre os povos indígenas e quais foram os sentidos atribuídos a estas representações na coleção etnológica durante as quatro primeiras direções. Importante salientar que o recorte temporal não iniciou na data oficial de fundação da instituição, 1903, pois em 1901, o Museu do Estado apareceu como expositor no Catálogo da Exposição Estadual de 1901, portanto, naquele ano, já havia um museu, mesmo que não existisse oficialmente. A pesquisa foi realizada a partir da análise dos seguintes documentos históricos: o Catálogo da Exposição Estadual de 1901, os Livros de Correspondências Expedidas e Recebidas (1903-1958), os Relatórios Anuais dos Diretores (1903-1955), as Revistas da Instituição (1927-1930; 1952- 1958) e a Revista Artística, Cientifica e Literária Kosmos (publicado no Rio de Janeiro em abril de 1906). Para analisar o corpus documental utilizou-se aportes teóricos atrelados aos estudos da história cultural, da história da educação, museologia e teoria decolonial. Este trabalho foi elaborado a partir do entendimento da instituição museológica como um espaço produtor de conhecimento e sua importância na construção de um imaginário a respeito de diferentes grupos sociais, suas histórias e culturas. A pesquisa constatou que os povos indígenas foram estudados a partir da história natural, desta forma eram compreendidos como objetos de estudo científicos, assim como as plantas ou os animais irracionais. Todavia, quando as suas histórias se cruzavam com as dos povos europeus, os povos originários eram analisados através da perspectiva histórica, sendo compreendidos como “primitivos” ou “selvagens”. Ainda, a investigação ressaltou que os indígenas também foram pesquisados como povos folclóricos, que deveriam ser “civilizados” pelo Serviço de Proteção aos Índios para que não permanecessem em “estado selvagem”. Por fim, evidenciou-se que as representações produzidas pelo Museu Júlio de Castilhos no período analisado neste trabalho tinham um elo em comum: a inferiorização dos povos indígenas.
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