Resumo
Este trabalho tem como objetivo analisar o caráter educativo assumido no Museu Julio de Castilhos ao longo da gestão de Emílio Kemp (1939-1950) e investiga como este conduziu a direção da instituição visando desenvolver de forma sistemática práticas educativas ofertadas pelo Museu. A pesquisa tem como objetivo analisar como as ações adotadas nesse período refletiram na trajetória do Museu e no lugar ocupado por ele frente ao contexto da primeira metade do século XX, no que se refere ao âmbito da História dos museus. A análise foi realizada em fontes documentais a partir de uma abordagem qualitativa a fim de mapear as medidas adotadas por Kemp durante sua gestão, no que se refere ao âmbito da educação. A partir do levantamento documental, é possível sugerir que Emílio Kemp, diferentemente de seus antecessores, que deram ênfase a pesquisa, colocou seus esforços em tornar o Museu um centro de ensino, através de aulas ministradas no Museu, de exposições e das práticas museográficas como um todo, além de ter insistido ao longo período sobre a relevância de se criar um Curso de Museus na instituição. Para a construção argumentativa da pesquisa propõe-se uma articulação com os conceitos norteadores: imaginação museal (CHAGAS, 2009), intelectual mediador (GOMES; HANSEN, 2016) e dimensão educativa e função educativa (PEREIRA, 2010). A postura adotada por Emílio Kemp denota sua visão de mundo diante da direção do Museu, que embora tenha transitado em diferentes áreas, como na medicina, na literatura e na política, além de ter sido professor e diretor da Escola Normal, teve uma trajetória atravessada pela educação. Desse modo, a investigação permitiu perceber como ao longo de mais de uma década na direção Kemp pretendeu institucionalizar a função educativa no Museu Julio de Castilhos.
